terça-feira, 30 de junho de 2009

Movimento Saia às Ruas Gilmar Mendes dança quadrilha na Praça dos Três Poderes Cidades




Movimento Saia às Ruas Gilmar Mendes dança quadrilha na Praça dos Três Poderes


Cidades
Escrito por Mel Bleil Gallo
Sex, 26 de Junho de 2009 13:00


Na última quarta-feira, 24 de junho, manifestantes protestaram pela saída do ministro em frente ao Supremo Tribunal Federal.


Velas, poesia, discursos inflamados, uma quadrilha animada e um casamento nada convencional reuniram cerca de 400 manifestantes contra o ministro Gilmar Mendes e por “um judiciário mais cidadão”. O protesto contou com menos participantes que a vigília realizada em maio, mas teve a adesão de muitos jornalistas após a queda da obrigatoriedade do diploma, também defendida pelo presidente do STF. Ocorreram no mesmo dia manifestações em Belo Horizonte e São Paulo. Todos os atos foram pacíficos, e não houve nenhuma ocorrência policial.


“A idéia era fazer uma manifestação divertida, que chegasse à sociedade. O pessoasaia_as_ruas_2l está cansado de movimento social carrancudo. Daí surgiu a idéia da quadrilha. O judiciário está dentro de cada um de nós. Ele deveria beneficiar todo mundo, e não apenas uma elite como ocorre atualmente. É por isso que o povo está aqui, lutando contra o Gilmar Mendes”, explicou um dos organizadores do evento, um advogado que preferiu não se identificar.


“Tem tudo a ver! É a quadrilha do Gilmar Dantas. A quadrilha toda. Quadrilha aqui do Senado, quadrilha dos três poderes e principalmente a quadrilha do STF, da qual o Gilmar Mendes é o chefão. Como disse o ministro Joaquim Barbosa, o Gilmar Mendes é o chefe da quadrilha lá no Mato Grosso, tem capanga e tudo” explicou outro organizador do evento, o estudante Diogo Ramalho, sobre a quadrilha realizada.


Durante o arraial, ocorreu o casamento simbólico entre o ministro Gilmar Mendes e o banqueiro Daniel Dantas. Entre os padrinhos estavam o “Mau Político”, o “Latifundiário”, a “Multinacional” e o “Arrozeiro da Raposa Serra do Sol”. Quando o casamenteiro perguntou ao público se existia alguém na platéia contra a união, vaias e gritos revelaram a indignação dos manifestantes.


Teve também poesia na manifestação. O autor dos versos “No Brasil tem tribunal, feito pra encher lingüiça. Tem de tudo no país, mas não tem mesmo é justiça...”, Yonaré, explicou que a indignação o levou a escrever. “É pra esse judiciário tomar vergonha na cara. A justiça tem que ser cidadã, do povo. Eu não sei se o Gilmar vai ouvir, mas tudo o que tenho a dizer é que água mole em pedra dura, tanto bate até que arromba!”



Obrigatoriedade do diploma



Apesar dos vários estudantes, professores e jornalistas contrários à obrigatoriedade do diploma presentes, o Movimento Saia às Ruas ainda não tem uma posição sobre o assunto. “Eu achei inoportuna a junção das manifestações. O movimento ainda não tem uma opinião, e eles vieram aqui repercutir o movimento deles, aproveitando o ato que a gente organizou. Acho que seria melhor se tivéssemos feito atos separados, mas eles também estão no direito deles de protestarem, de se indignarem. Só não pode ficar a imagem de que essa seja a posição do Movimento Saia às Ruas” defende Diogo Ramalho.



saia_as_ruas_3Já na opinião da professora de jornalismo da Facitec, Fernanda Vasques, o espaço está diretamente relacionado à luta pelo diploma: “Eu não vim aqui representar os estudantes, porque eles estão aqui, mas fundamentalmente para revelar a minha indignação com relação à decisão do supremo. Uma decisão que mostra de forma bem clara a falta de visão, a miopia, a cegueira daquilo que eles tentam chamar de justiça, e que com um diploma de advogado, em uma ordem muito estabelecida que é a OAB, eles defendem a sua profissão. É uma vergonha isso que aconteceu, mas está mobilizando os estudantes de todo o país. Não vamos ter espaço na grande mídia, mas vamos usar a mídia alternativa e incomodar. A nossa função é incomodar. E hoje tenho certeza de que estamos incomodando bastante”.


O estudante de Jornalismo da UnB, Edemilson Júnior, discorda. “Essa luta pelo diploma não tem nada de esquerda, de revolucionária. É uma luta corporativista. O problema na fala do ministro Gilmar Mendes é quando ele diz que, sem o diploma, a profissão não terá mais regulamentação. Isso a gente não pode deixar acontecer. Temos que lutar por um Conselho de Jornalistas, mas pra isso não precisamos de diploma” critica Edemilson.



http://www.fac.unb.br/campusonline/index.php?option=com_content&view=article&id=865:movimento-saia-as-ruas-gilmar-mendes-danca-quadrilha-na-praca-dos-tres-poderes&catid=10:cidades&Itemid=6

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